Com a crescente popularidade do Ultimate Fight
Championship (UFC) em todo o mundo, a rede Globo decidiu levar ao ar no final
das noites de domingo, o reality show The Ultimate Fighter Brasil. O objetivo é
descobrir novos talentos que poderão adentrar o octógono em breve para ganhar
alguns milhões de dólares.
Divididos em duas equipes, azul, comandada por
Wanderlei Silva, e verde, de Vitor Belfort, a atração mostra um pouco da vida e
dos treinamentos dos atletas e um combate que ajudará na escolha dos dois
finalistas.
Vários deles já apareceram orando, falando de sua
fé cristã e compartilhando como Deus os tem conduzido até aqui. Os treinadores,
reconhecidamente evangélicos, não se manifestam muito sobre isso, mas é
possível ver em suas tatuagens o compromisso cristão.
Wanderlei Silva e Vitor Belfort, contudo, não
transmitem uma convivência pacífica. Várias vezes um é filmado criticando o
outro antes e/ou depois das lutas dos representantes de suas equipes. Velhos
conhecidos, em 16 de outubro de 1998, no primeiro UFC disputado no Brasil,
Belfort enfrentou e nocauteou Wanderlei em apenas 44 segundos, após uma
sequência fulminante de socos.
Durante o programa da Globo, a equipe de Belfort
vinha vencendo todas as lutas até agora. Porém, no episódio mais recente, deste
domingo, Rony Jason venceu por finalização no primeiro round, com uma chave de
braço, seu amigo Anistávio “Gasparzinho”. Ele garantiu assim a última vaga nas
semifinais do peso pena.
Após o final da luta, ainda no octógono, Wanderlei
Silva acabou discutindo com Vitor Belfort. O motivo da reclamação do treinador
do time azul foi a decisão do líder da equipe verde de colocar dois amigos para
lutarem. O clima ficou tão pesado, que Wanderlei precisou ser contido pelos
outros integrantes da comissão técnica.
“Está satisfeito? Fazer os ‘brothers’ brigarem.
Eles são amigos, não precisava fazer isso! O Gasparzinho falou que não queria
lutar com o Jason”, acusava Wanderlei. Além disso, chamou Vitor de “falso” e
“frouxo”.
Belfort afirmou que desconhecia a amizade entre
Jason e Gasparzinho e a vontade deles de não se enfrentarem. Em outro momento
do programa, disse que na verdade sabia da relação, mas que o esporte está em
crescimento e por isso as lutas entre amigos são inevitáveis.
“Nós não lutamos
entre amigos, entre caras da mesma equipe. Salvo exceção, como a final do
programa, onde um ganharia contrato com o UFC. Eu tinha que botar isso para
fora”, disse Wanderlei.
“Isso é uma competição. Eles se inscreveram na mesma categoria. No boxe e no judô é assim. Por que no MMA não vai ser? Não adianta, o Wanderlei querer aparecer. Isso aqui é esporte. Em junho, nós vamos lutar e ele vai ter o dia dele”, ameaçou.
Belfort parece não ligar e diz que seu desafeto só
quer aparecer “Luto bem antes do que o Wanderlei. Quebrei paradigmas no
esporte. Isso é uma competição. Eles se inscreveram na mesma categoria. No boxe
e no judô é assim. Por que no MMA não vai ser? Não adianta, o cara (Wanderlei)
quer aparecer. Isso aqui é esporte. Em junho, nós vamos lutar e ele vai ter o
dia dele. Não vou me igualar ao Wanderlei de ficar batendo boca”.
Gilbert Durinho, treinador de jiu-jítsu do time
verde, afirmou que a reação de Wanderlei foi negativa muito em função também de
estar “engasgado” com a derrota na primeira luta contra Belfort, há 14 anos.
“Desde 1998 ele quer a revanche. Desde lá ele é engasgado com o Vitor. Todo
mundo sabe que o Vitor o nocauteou em 44 segundos. Até hoje ele é engasgado com
isso. Ele perdeu, o time dele está perdendo. Então, o cara quer expressar
isso”.
Dana White, presidente do UFC já confirmou que os
dois “irmãos” realmente farão a luta principal do UFC 147, quando os veteranos
farão a revanche em 23 de junho. A princípio, a noitada que seria realizada no
Engenhão teria Anderson Silva contra Chael Sonnen como luta principal, mas a
falta de infraestrutura no Rio levou este combate para Las Vegas, no UFC 148.
Com informações IG e
Globo Esporte